Corinthians é condenado a pagar mais de R$ 40 milhões a Matías Rojas; clube ainda pode recorrer
16 mil visualizações 440 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
Matías Rojas em ação durante jogo do Corinthians contra a Ponte Preta
Danilo Fernandes/Meu Timão
O Corinthians foi condenado pela Fifa nesta quinta-feira a pagar R$ 40,4 milhões ao meia Matías Rojas, que deixou o clube no início de 2024 alegando atraso no pagamento de seus direitos de imagem. O valor corresponde a tudo o que o jogador tinha que receber até o fim de seu vínculo com o Timão, que ia até junho de 2027. O clube ainda pode recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS).
A informação foi inicialmente divulgada pelo ge.globo e confirmada pelo Meu Timão. A Fifa descidiu em favor do jogador, que optou por rescindir unilateralmente seu contrato com o Corinthians ainda em março de 2024 por conta do descumprimento de um acordo feito para a quitação dos direitos de imagem do atleta que estavam em atraso.
Ainda em dezembro de 2023, Rojas cobrou cerca de R$ 5 milhões do Corinthians referentes aos valores estipulados que estariam atrasados. A cúpula de Augusto Melo, que tinha acabado de assumir a presidência do Corinthians, firmou um novo acordo para o pagamento do montante devido pelos direitos de imagem, mas voltou a tardar os pagamentos e o jogador deixou o clube, cobrando o Timão pela grandeza total de seu contrato na federação internacional.
Inicialmente, o pedido de indenização da defesa de Matías Rojas foi feita em dólares, de acordo com o ge.globo. Entretanto, a Fifa condenou o Timão em reais, e a fundação da decisão final deve ser divulgada em até dez dias.
Vale ressaltar, porém, que a decisão desfavorável na Fifa não é final. O Corinthians ainda pode apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, última instância para casos como este. Caso opte pelo recurso, porém, o clube pode demorar até um ano para obter um novo veredito, já que este é o período base para julgamentos deste tipo.
Além da multa, o Corinthians poderia ter sido condenado pela Fifa com o "transfer ban", proibição que impede o registro de novos jogadores. Neste primeiro momento, porém, aplicou apenas a sentença de estipêndio do valor integral devido à Matías Rojas. A implementação do veto à novas inscrições só deve acontecer caso o clube não efetue o pagamento total e nem recorra da decisão em até 45 dias e, caso isso ocorra, o Timão pode ficar impedido de contratar atletas por até três janelas ou até o pagamento da dívida.
Segundo a defesa de Matías Rojas, seus representantes tentaram contato com a diretoria do Corinthians várias vezes para negociar um acordo amigável, mas não conseguiu. O advogado Rafael Botelho afirma que, quando Augusto assumiu, um novo acordo foi firmado por ele, que dizia prometeu honrar o compromisso.
"Ainda em dezembro, quando já tinha a possibilidade de sair na Fifa, a gente procurou o Corinthians para tentar fazer um acordo. Não era intenção rescindir. Tivemos uma demora por conta da mudança na diretoria, mas o Corinthians aceitou renegociar a dívida. Nesse momento, o Augusto (Melo) disse que tinha palavra e que honraria o compromisso", disse o advogado ao ge.globo.
Neste acordo, o Corinthians assumia a dívida inicial de R$ 5 milhões. Porém, no contrato firmado para o pagamento, a diretoria se comprometia a pagar o valor integral do vínculo do atleta caso voltasse a atrasar pagamentos. Segundo Botelho, ele tentou encontrar soluções mesmo após o rompimento definitivo, mas sem sucesso.
"Depois, eles pagaram no primeiro mês como combinado e voltaram a atrasar os pagamentos em fevereiro. Eu enviei notificações, falei com pessoas do clube até que não teve mais jeito, e decidimos ir à Fifa. Ainda assim, propus uma solução em que eles pagassem parceladamente, ficaram de responder e nunca mais voltaram a me procurar", contou Rafal Botelho.
Matías Rojas foi a principal contratação do Corinthians na janela de meio de ano de 2023. O jogador possuía um salário alto e vínculo longo, marcado até o fim de 2027. Na época de sua chegada, o Timão desembolsou 1,8 milhão de dólares, o que equivale a cerca de R$ 8,64 milhões na cotação da época, por 80% dos seus direitos econômicos. Ao todo, sua breve passagem pelo Parque São Jorge lhe rendeu 30 jogos, sendo 15 deles como titular, três assistências e nenhum gol em partidas oficiais.
