Na década de 60 os times brasileiros jogavam no 4-2-4, com o meio campo formado por um jogador marcador, o volante, e um meia geralmente de qualidade, o armador. Tião e Rivelino(Corinthians), Dudu e Ademir da Guia(Palmeiras), Edson e Gerson(São Paulo), Carbone e Paulo César Carpegiani(Internacional), Piazza e Dirceu Lopes(Cruzeiro).

Na década de 70 se popularizou o terceiro homem de meio campo, geralmente o ponta esquerda ou o meia direita, Paulo César(Botafogo), Zico(Flamengo), Sócrates(Corinthians), Dirceu(Botafogo), Leivinha(Palmeiras), Pedro Rocha(São Paulo). Eram normalmente os craques dos times, ajudavam a marcar, criavam, atacavam e marcavam muitos gols.

Na década de 80 em diante trouxeram mais um para o meio campo, também com as tarefas de ajudar na marcação, criar, atacar e fazer gols. Assim os times ficaram com dois volantes, os dois de marcação, mas um com habilidade de sair para o jogo, e dois meias de criação e ataque.

O Corinthians tem no seu meio campo apenas um volante com características de marcação, Raniele, em flagrante queda de produção, um segundo volante que não é especialista na marcação Bidon(tem um bom passe), e um terceiro homem, Garro, que não é segundo volante nem também um dos dois meias clássicos que criam jogadas e ao mesmo tempo atacam e fazem gols.

Ele erra grande parte dos passes que tenta, prejudicando enormemente o poder de criação do time, raramente pisa na área adversária e até hoje só fez dois gols e mesmo assim de bola parada. É um jogador que praticamente se limita às bolas paradas, um luxo que nenhum time hoje em dia pode se dar. Garro é como se fosse um peso morto, não marca, não arma, não ataca nem faz gols. Tanto é verdade que o time só melhora seu rendimento ofensivo quando Igor Coronado, rápido, técnico e insinuante, entra.

Quando olhamos para o ataque e vemos Yuri Alberto, um jogador sem nenhuma técnica, que apenas corre(a torcida e Antônio Oliveira adoram) e só faz gols em times mais fracos, a equação se fecha e explica porquê o time é tão inofensivo.

A volta de Fagner à lateral direita e as escalações de João Pedro na zaga, Igor Coronado no lugar de Garro, Pedro Henrique na ponta direita e Artur Souza no comando do ataque, podem dar nova vida ao Timão e livrá-do do rebaixamento à Série B. Claro que a isso deve somar-se um time coeso que ataca e defende em bloco de forma aplicada e solidária.