Qual não foi a surpresa de todos quando o Meu Timão noticiou com exclusividade a saída de Lucas Veríssimo rumo ao Catar. O jogador era tido como nome certo para ocupar um lugar na zaga e havia, inclusive, recebido há duas semanas um contrato da diretoria do Corinthians para firmar vínculo por quatro temporadas.

Eu, que fiquei sabendo disso um pouquinho antes de vocês, já previ o caos aqui no Fórum. E aconteceu. Quando o colega Rodrigo Vessoni soltou a nota já começaram a pipocar muitas notificações e no momento que eu achei que o ritmo estava diminuindo tirei uma hora para o almoçar. Voltei e o caos havia retornado com mais de 100 avisos diretamente do assunto aparecendo para mim.

O torcedor está no seu direito de reclamar, desabafar e agir da maneira mais passional, dentro dos limites da civilidade, é claro. Mas como andam as coisas lá na diretoria? Eu espero que não um caos, é claro, porém, quero muito que essa surpresa negativa tenha dado uma sacudida na turma e os ensine boas lições.

Falar menos

No dia que foi anunciada a parceria com a VaideBet, Lucas Veríssimo foi um dos jogadores escolhidos para vestir a camisa com o logo da patrocinadora. Augusto Melo, na ocasião, comentou sobre a contatação em defnitivo do alteta.

Jozzu/ Ag. Corinthians

"Foi nossa primeira grande contratação. Nosso primeiro trabalho árduo. O Veríssimo se encaixou como uma luva, tem as nossas características, é um excelente zagueiro e jogador. Só que ele estava lá, tinha um histórico de lesão... Se trazemos um atleta, ele já vem com passe estipulado, se vamos emprestar algum atleta, ele já vai com passe estipulado. Por que não fizeram isso com o Veríssimo? Se tivessem feito isso quando contratou, com certeza sairia metade do preço que pagamos", disse Augusto Melo.

Como o presidente me manda uma dessas sem ter o contrato assinado em mãos?

A torcida quer, sim, transparência, mas não dá para furar a largada. Se isso ficar acontecendo com frequência, a diretoria vai perder a credibilidade que tanto almeja devolver ao clube.

Não cabe ingenuidade no meio do futebol

E em nenhum ramo da vida, só que fica ainda mais necessário se precaver em situações cujas cifras envolvidas são astronômicas.

Não se pode confiar apenas na palavra, ela não vale nada no fim das contas. Não dá para contar com a boa fé de alteta, staff ou outro clube. Coloque tudo na papel, assine e só aí divulgue.

Antecipar os problemas

Leiam trecho da nota oficial do Corinthinas sobre o caso.

"Nas últimas horas, o zagueiro Lucas Veríssimo, que pertence ao Benfica, de Portugal, e estava emprestado ao Corinthians, comunicou à diretoria de futebol que recebeu e aceitou uma proposta do Catar. O clube lamenta, mas respeita a decisão do atleta", comunicou o clube.

"Vale ressaltar que havia um contrato para a sua permanência definitiva pronto para assinatura do jogador e seu staff desde o dia 4 de janeiro. Porém, com a nova proposta, ele optou por seguir sua carreira no país asiático", completou, relembrando a proposta feita pela permanência definitiva do atleta em 2024.

Desde 4 de janeiro o jogador está com o contrato em mãos, há mais de 15 dias, e mesmo assim o Corinthians inscreveu o atleta no Campeonato Paulista. Uma vaga jogada fora que só poderá ser preenchida no mata-mata.

Agora cabe a diretoria correr atrás de alguém para que ocupe esse lugar o mais breve possível.

Ressalto aqui que estou longe de crucificar a direção por essa saída. Na minha opinião isso deve ser de total responsabilidade do jogador e staff. Apesar disso, não há por que não tirar lições valiosas desse episódio.

Foi clara a falha do próprio Lucas Veríssimo, que segurou a vaga no clube e ainda o fez queimar um lugar num campeonato importante. Isso para mim é inquestionável dentro do cenário que temos conhecimento.

Para Augusto Melo e sua equipe é necessário ter mais cautela no que tange tanto as negociações, quanto as entrevistas.

No mais, o Corinthians segue melhorando dia a dia e aprender com os erros é sinal de evolução. Espero que aprendam.

Veja mais em: Lucas Veríssimo, Diretoria do Corinthians e Mercado da bola.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.