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Saiba detalhes e entenda como está a proposta enviada pelo Corinthians para a quitação da Arena

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Por Meu Timão

Proposta para quitação da Neo Química Arena está sendo analisada pela Caixa desde novembro de 2023

Jhony Inacio / Meu Timão

O Corinthians quer comprar cotas de um fundo criado à época da ditadura para quitar sua dívida com a Caixa Econômica Federal. Uma reportagem do Uol revelou que o "precatório" buscado pelo Corinthians é, na verdade, composto por títulos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), criado na época da ditadura pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) para auxiliar financiamentos habitacionais.

O fundo funcionava da seguinte maneira: quem adquiria um imóvel pedia auxilio para o FCVS arcar com diferenças de correções. Era bem visto no mundo das ideias, mas na prática gerou alta demanda, não sendo bem sucedido, com o BNH não conseguindo arcar com todo o saldo gerado. Anos depois, em 1986, o banco foi incorporado pela Caixa, que levou a dívida junto.

A ideia do Corinthians é adquirir esses papéis dos credores com o valor descontado e repassar à Caixa pelo valor inteiro, anulando a dívida consequentemente. A ideia da antiga gestão era pagar cerca de 10% do montante total devido. Isso equivaleria a cerca de R$ 70 milhões ou até R$ 90 milhões dependendo dos juros.

A oferta foi feita em 2023, ainda sob a gestão Duilio Monteiro Alves. O possível acordo vem sendo analisado pelo banco estatal desde então e ainda não há uma resposta definitiva. A nova gestão também está interessada no acordo e planeja uma ida a Brasília para tratar do assunto.

A dívida atual do Timão é de R$ 700 milhões, segundo divulgado à época da proposta. A proposta era, além da aquisição de títulos do fundo, repassar os R$ 300 milhões referentes ao contrato de naming rights da Neo Química Arena.

Ideia e propostas concebidas, a diretoria enviou-a à Caixa, que está analisando desde então. É um processo demorado até pelas altas cifras envolvidas. Contabilmente seria vantajoso ao banco, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. No entanto, é necessário esmiuçar a proposta para evitar possíveis prejuízos e abrir um possível precedente para que diversos devedores façam o mesmo, o que não seria benéfico para a estatal.

Por que a demora para a proposta?

À época, gerou-se o debate sobre o timing do envio da proposta, já que faltava uma semana para as eleições e André Luiz de Oliveira, candidato da situação, não era favorito. Augusto Melo, que ainda almejava chegar à presidência, alegava ser uma ação "eleitoreira".

A antiga gestão alega que desde o início queria a quitação do estádio, mas esbarrava na demora da Caixa para a renegociação, que foi concluída apenas em julho de 2022.

"Isso sempre esteve no nosso radar, desde o início da gestão Duilio, mas só depois da assinatura do novo acordo com a Caixa, em setembro de 2022, que realmente pisamos fundo no acelerador com este tema. Não é um processo fácil, mas é factível. Rolou a formalização no tempo mais rápido possível. Assim que nossos advogados encontraram os papéis e investidores possíveis, juntamos tudo e protocolamos na Caixa. Eleições ou gestão do Duilio não tiveram nenhuma influência. Se tivéssemos tido tudo isso antes, melhor, mas se fosse no dia 31 de dezembro de 2023, faríamos o mesmo. Isso é bom para o Corinthians e não para gestões passageiras", disse Wesley Melo, ex-diretor financeiro alvinegro, ao UOL.

"Discutimos isso por muito tempo. São alguns anos de conversas entre os executivos do banco e nosso pessoal do financeiro e jurídico. Fizemos diversos estudos de possibilidades nesse período. Uma delas era o FCVS, outra a criação de um fundo imobiliário para que o torcedor pudesse ter participação em cotas da arena. Primeiro fizemos o acordo com a Caixa, no início da minha gestão, para resolver o problema jurídico que a falta de pagamento tinha gerado. Depois de resolvido e assinado, começamos a pagar e tentar uma outra forma para quitar a totalidade da arena, dentro dessas possibilidades que apresentamos a proposta à Caixa", completou Duilio ao mesmo portal.

O Corinthians segue sem resposta. Augusto Melo e companhia atuam nos bastidores buscando esse acordo, cogitando uma ida a Brasília, inclusive. A ideia de quitar segue viva, mas depende da resposta da Caixa. A nova gestão aguarda para decidir se segue na linha de Duilio ou se busca uma nova solução.

Diferente das gestões da Renovação & Transparência, a dívida da Neo Química Arena agora tem sido incluída à dívida total do clube. Rozallah Santoso, em entrevista ao Meu Timão, detalhou que o clube deve R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 706 milhões do estádio. Além disso há cerca de R$ 400 milhões de dívidas a curto prazo e R$ 550 milhões de impostos renegociados.

Veja mais em: Neo Química Arena, Diretoria do Corinthians e Dívida do Corinthians.

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