Venha fazer parte da KTO
x
O Doutor foi bem representado
Beatriz Maineti

Apaixonada pelo futebol, mas, antes de tudo, feita de Corinthians. O mundo em preto e branco é mais bonito.

ver detalhes

O Doutor foi bem representado

Coluna da Beatriz Maineti

Opinião de Beatriz Maineti

3.3 mil visualizações 20 comentários Comunicar erro

O Doutor foi bem representado

Patch em homenagem a Sócrates utilizado nos uniformes de Corinthians e Botafogo-SP

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Hoje o assunto é outro. Hoje é dia de falar sobre a Bia.

Durante o jogo entre Botafogo de Ribeirão Preto e Corinthians, as arquibancadas do estádio Santa Cruz foram tomadas por mais uma cena lamentável. Uma família de corinthianos que assistia ao jogo foi hostilizada por torcedores botafoguenses após comemorarem um lance do Corinthians.

A cena foi agoniante. Eram dois adultos e três crianças em meio a um mar de xingamentos e hostilidades gritadas para eles por um bando de marmanjo. Eu, particularmente, não consigo entender o que faz um ser humano abdicar do senso comum pelo futebol, mas acho que isso cada um trata na terapia.

A questão, porém, é que, de casa, meu coração foi parar na boca. Eu olhava para as imagens amedrontada e só conseguia torcer para que eles saíssem de lá com segurança. Mas, de dentro do estádio, no olho do furacão, uma das peças principais deste caso não pareceu sentir um pingo de medo: a Bia.

Ela estava sentada entre o pai e um garoto, ambos olhando para frente, esperando que a animosidade se dissipasse de forma bem contida. A Bia, que não deve ter mais de 10 anos, olhou para quem os xingava com força, sem desviar o olhar, e, num ato de muita coragem, abriu a mão e bateu no escudo do Corinthians várias vezes. Naquele momento, a garotinha passou um recado em alto e bom som para que todos, não só aqueles que estavam no estádio, ouvissem: ela não tinha medo daquilo!

Bia carrega consigo a força que é nativa de todo o corinthiano; a coragem de defender a si mesmo, os outros e ao Corinthians sempre que necessário. A Bia, naquele momento, foi a epítome do que é ser Corinthians. Aqueles homens feitos, com caras de adultos e pensamentos atrasados, queriam espantar ela e sua família dali, enquanto ela se manifestou, bateu literalmente no peito e disse, sem dizer uma única palavra, que ali era o seu lugar!

Porque, afinal, o Corinthians é isso! Seu gesto pode ter sido simples, mas tem uma representatividade gigantesca, principalmente por ter acontecido naquele 14 de fevereiro. Afinal, o jogo era em homenagem a quem, talvez, tenha sido o maior representante da força e da resistência corinthianas: o Doutor!

Sócrates desfilou a bandeira do Corinthians com louvor. Foi ele o responsável por perpetuar esta coragem do corinthiano e ontem, durante a partida entre o clube que o revelou e aquele que o eternizou, todos nós vimos seu legado refletido na pequena Bia. “O Corinthians é uma forma de expressão”, como já diria o Doutor, e a pequena Bia se expressou com paixão naquelas arquibancadas em meio a um monte de gente que nunca vai entender realmente o que é o futebol.
É irônico pensar que a Bia deu aula de comportamento e de torcida para todos que ali estavam. Sua ação deve se tornar um marco contra a violência no futebol; sua coragem deve ser inspiração. O futebol precisa ser um antro de paixão, e apenas isso! A paixão violenta, que te leva a cometer atos impensáveis como xingar uma garotinha na arquibancada de um jogo, não é saudável para ninguém.

Que a Bia aflore algo em todos nós. Ser Corinthians é ser forte!

Vai, Corinthians! Vai, Bia!

Veja mais em: Sócrates e Corinthians x Botafogo-SP.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Avalie esta coluna
Coluna da Beatriz Maineti

Por Beatriz Maineti

Apaixonada pelo futebol, mas, antes de tudo, feita de Corinthians. O mundo em preto e branco é mais bonito.

O que você achou do post da Beatriz Maineti?