O dia 21 de outubro de 2023 será lembrado para sempre pelos torcedores corinthianos. Nesta data, a equipe feminina do Corinthians fez história ao se despedir do comando técnico de Arthur Elias com um feito memorável: a conquista do tetracampeonato da Conmebol Libertadores, superando o seu maior rival, o Palmeiras. 

Essa edição da Libertadores marcou a sexta participação do Corinthians desde a reativação da modalidade no clube, com a competição sendo sediada nas cidades de Bogotá e Cali, na Colômbia. Todos os quatro títulos das Brabas na competição foram conquistados em anos ímpares, nas temporadas de 2017, 2019, 2021 e 2023.

A campanha das Brabas na competição foi resumida em cinco vitórias e um empate. Durante a primeira fase, o Corinthians alcançou 100% de aproveitamento, liderando o grupo. Além disso, a equipe se destacou pela solidez defensiva, sofrendo apenas um gol, e pelo poderio ofensivo, registrando o segundo melhor ataque, com 18 gols marcados. 

Fase de grupos

Na primeira fase da competição, na qual as 16 equipes foram divididas em quatro grupos, o Corinthians integrou o Grupo C, por sorteio da Conmebol. Além do Timão, outras três equipes compuseram esse grupo: o Always Ready, representante da Bolívia, o Colo-Colo, do Chile, e o Libertad Limpeño, do Paraguai.

O Corinthians iniciou a sua jornada contra o Colo-Colo, vencendo por 1 a 0, com um gol de pênalti convertido por Millene. No segundo jogo, a equipe goleou o Always Ready por 6 a 0, já praticamente encaminhando a sua classificação. No terceiro e último confronto da fase, fez cinco gols e superou o Libertad por 5 a 0.

Com os resultados obtidos, a equipe terminou a campanha da primeira fase na liderança do grupo, com nove pontos e 100% de aproveitamento. O Colo-Colo foi o segundo colocado, com seis pontos, e o outro classificado. Libertad Limpeño, com três pontos, e Always Ready, com nenhum, foram os eliminados nesta etapa.

Quartas de final

Classificado em primeiro lugar no Grupo C, o Corinthians avançou para as fases eliminatórias e enfrentou o segundo colocado do Grupo D, conforme estabelecido no regulamento da Conmebol. O adversário foi o América de Cali, da Colômbia, que havia registrado uma campanha de uma vitória, um empate e uma derrota na primeira fase.

A partida aconteceu em Cali, com o Corinthians enfrentando um início tenso, quase sofrendo um gol no primeiro lance do jogo e tendo dificuldades em alguns momentos. No entanto, o time não demorou a encontrar seu ritmo e conquistou uma vitória por 4 a 0. Os gols foram marcados por Tarciane, Millene, Vic Albuquerque e Fernanda, respectivamente.

Semifinal

Nas semifinais, o Corinthians encarou um confronto histórico contra o Internacional na Libertadores, marcando a primeira vez em que as duas equipes se enfrentaram na competição continental. O Internacional chegou a essa etapa com uma campanha sólida, tendo terminado em primeiro lugar no Grupo D e eliminado o Colo-Colo na fase anterior. 

O jogo foi caracterizado por muita emoção. O Corinthians saiu atrás no placar ainda no primeiro tempo, com gol marcado por Priscila, a artilheira da competição. No segundo tempo, porém, a equipe encontrou uma luz no fim do túnel e chegou ao empate com Vic Albuquerque. Nos pênaltis, o Timão venceu por 4 a 3.

Final

A decisão não poderia ter sido mais emblemática, envolvendo um clássico de muita rivalidade em escala mundial: um Dérbi. O Palmeiras havia exibido uma campanha impecável durante a competição, liderando o seu grupo e alcançando classificações expressivas, incluindo goleadas sobre Olímpia, do Paraguai, e Atlético Nacional, da Colômbia.

Os 90 minutos da final foram marcados por intensa disputa, com o Corinthians conquistando o título com uma exibição de garra. A cena de Tamires ensanguentada simbolizou a raça da equipe, enquanto a expulsão de Tarciane e a pressão sofrida no final acrescentaram ainda mais drama. O gol veio dos pés de Millene, a artilheira do time na competição.