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Corinthians precisa de três zagueiros e explicamos por quê
Mateus Pinheiro

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Corinthians precisa de três zagueiros e explicamos por quê

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Corinthians precisa de três zagueiros e explicamos por quê

Coelho (ou quem assumir o comando) tem que dar a chance para o esquema com 3 zagueiros

Foto: Rodrigo Coca/ Agência Corinthians

*Em parceria com Luis Fabiani

Do Ajax de Cruyff nos anos 80, passando pela Seleção de 2002 e até na impressionante Atalanta de 2019/20, times históricos foram montados com três zagueiros. No Corinthians (e no futebol Brasileiro) poucos deram oportunidade a esse tipo de formação na década. Preconceito? Talvez.

Agora, quando um elenco se desenha favorável para a montagem de um esquema com esses três defensores, nada mais justo do que treinar a formação e colocá-la em prática. Se o plantel sofre com o problema do “cobertor curto”, nada mais crucial do que potencializar suas peças.

Ou seja, para potencializar jogadores, dar mais segurança e solidez ao time e poder, assim, ter mais tranquilidade de trabalho, o treinador do Corinthians – seja Coelho ou qualquer outro – precisa dar uma atenção à possibilidade de atuar com três zagueiros.

Avelar, Mendez, Gil, Camacho, Sidcley, Piton, Araos, Luan, etc. Todos numa lista de jogadores que teriam suas qualidades potencializadas e defeitos neutralizados.

Alternativa de escalação do Corinthians com 3 zagueiros, no sistema 3-5-2

Alternativa de escalação do Corinthians com 3 zagueiros, no sistema 3-5-2

Meu Timão

O que melhoraria?

O principal problema da defesa da maneira que foi montada por Tiago Nunes e o que oferecem os jogadores atuais do elenco foi exigir desempenho e características que não se adequavam às peças. E isso passa também por peças das laterais, meio-campo e até o ataque.

Na hora do cobertor curto, como dito, potencialização de elenco é o que há.

Zagueiros

Exigir de Gil que jogue numa linha alta sendo um zagueiro alto e lento, por exemplo, é minar todo a força que o zagueiro tem na sobra e em disputas aéreas. Danilo Avelar, na esquerda, ainda se movimenta como lateral e sofre com isso na cobertura de cruzamentos e na disputa 1x1. Colocá-lo em uma linha de três permitiria que esses defeitos se minimizassem e qualidades como a saída de bola fossem potencializadas.

Pela direita, um velho (porém jovem) pedido da Fiel. Bruno Mendez, que já jogou como lateral no Corinthians, não se firmou como titular ainda por defeitos na bola aérea e dificuldade em se impor dentro da área. Com Gil e Avelar ao seu lado, poderia fazer seu bom trato com a bola tornarem ele uma ótima peça ao treinador. Os botes do uruguaio sempre foram seu ponto forte, e jogar aberto pela direita, tendo dois zagueiros na sobra, fariam com que esse poder de “caça” fosse mais visível.

Sei que a primeira reação será: "Mas não temos três zagueiros". Temos. Por mais que Léo Santos ainda esteja se recuperando, Coelho tem boas jovens opções para reposição, como Raul Gustavo, Igor Morais e até Caetano, emprestado. Dois deles canhotos, que substituiriam Avelar.

*Peças de reposição: Caetano (emprestado), Raul (Suspenso), Ronald, Léo Santos (Em recuperação), Igor Morais (Sub-23)

Laterais – Alas

Fagner sofre há anos com o momento de recomposição defensiva. Num time mais aberto e propositivo, falhas são cada vez mais frequentes. Dividir essa responsabilidade com um defensor como Bruno Mendez e, assim, ter liberdade plena de produzir no terço final potencializaria o melhor jogador do Corinthians. Pela esquerda, a teoria é a mesma, reduzir erros de recomposição e liberar o lateral que atuasse por lá, seja Sidcley produzindo com seu físico, ou Piton, com toque mais refinado.

Os laterais citados acima são, possivelmente, mais interessantes para atuar na ponta que boa parte das peças que o Corinthians possui no setor. A profundidade viria através da dupla de alas, que possuem certa aptidão para a função.

Em termos de otimização do elenco, Ramiro se tornaria peça "backup" a Fagner, melhorando a reposição hoje feita com Michel Macedo.

A ala-esquerda também permitiria o uso de pontas pela faixa de campo. Seja em circunstâncias de jogo, ou escalações pontuais com Natel, Mosquito ou Everaldo na posição.

*Peças de reposição: Ramiro, Michel Macedo, Daniel Marcos (Sub-20), Igor Marques (Sub-23), Higor Lapa (Sub-23), Lucas Pires (Sub-20), Sidcley, Natel, Mosquito

Volantes

A dupla Éderson-Cantillo foi bastante criticada quando atuaram juntos. Nenhum dos dois é apto a baixar entre os zagueiros e emular uma saída em três, já que atuar de costas para o gol está longe de ser uma especialidade de ambos.

Num esquema de três zagueiros, a saída em três é naturalmente formada pelos beques. Assim, Cantillo e Éderson poderiam criar linhas de passe no segundo terço do campo. A transição ofensiva ganharia em repertório e não seria tão dependente de Camacho, como vinha sendo nesse ano.

A base também poderia, assim, ganhar espaço, seja com Xavier executando a primeira função ou Roni, com a segunda. São características específicas para certos jogos.

*Peças de reposição: Camacho, Gabriel, Roni, Xavier, Du Queiroz (sub-20)

Meias

A função seria menos desgastante do que vinha sendo. Como dois volantes estarão sempre próximos da base da jogada, os meias terão mais liberdade para atuarem entrelinhas e encostarem nos alas para formarem triângulos nos lados do campo.

Luan, um jogador que naturalmente muito finaliza, atuaria mais próximo do gol. As jogadas trabalhadas através do passe sempre passariam pelo camisa 7, como uma espécie de segundo atacante.

Araos e Vital, que também são menos intensos naturalmente, teriam bom entendimento com a nova função. A maior responsabilidade seria de fato no último passe. Para a dupla, no entanto, ainda falta um poder de se associar melhor aos outros membros do ataque.

Assim, teria também a possibilidade de Otero nessa faixa do campo. Mestre na bola parada, o venezuelano não é de produzir tanto com a bola rolando, mas ainda assim, aparece entre as melhores opções. Tenderia a flutuar e cair pela esquerda, como gosta, fortalecendo na finalização de média-longa distância.

*Peças de reposição: Vital, Araos, Gabriel Pereira, Ruan Oliveira

Atacantes

Talvez a posição que esteja mais bem servida no elenco. Jô e Boselli são ótimas peças que, cada um de seu jeito, podem agregar no estilo 3-5-2.

A princípio, Jô merece a titularidade por ter trejeitos que conversam melhor com o sistema do que Boselli, principalmente a "casquinha" para manter a posse no ataque. Ainda correndo pelas beiradas e recém-promovido, a joia Cauê poderia ganhar oportunidades no calendário intenso do futebol brasileiro.

*Peças de reposição: Boselli, Cauê (Sub-20)

Veja mais em: Campeonato Brasileiro e Dyego Coelho.

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