Afinal, qual é o tamanho de Pedrinho para o Corinthians?
Opinião de Mateus Pinheiro
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A maior venda da história do Corinthians aconteceu. Depois de um bom tempo, um jovem criado na base conseguiu espaço entre os titulares, se desenvolveu no clube e foi vendido por um preço justo.
Se Malcom já havia encantado muitos torcedores em um rápido e talentoso ano de 2015. Se Willian deu esperanças de um ano positivo em 2007 e Éverton Ribeiro acabou sacrificado pela equipe técnica da época, Pedrinho teve mais tempo, condições e melhores circunstâncias para mostrar por aqui seu futebol.
A Fiel criou expectativa em cima do jogador, pediu tempo para que ele conseguisse se destacar, presenciou de perto a evolução física de um atleta que por anos aparentou que não conseguiria completar o jogo.
Pedrinho viveu um momento de alta em 2019, liderando o time e sendo destaque. Viveu também um período de baixa pesado e marcante, nesse início de 2020 que deixou o clube para atuar no Pré-Olímpico, assumiu a camisa 10 para o jogo mais decisivo do ano e foi expulso com 30 minutos de jogo em dois lances infantis.
Afinal, qual o tamanho real de Pedrinho? O camisa 38 que fez gol em final da Copa do Brasil e não fosse o VAR mal instruído, mal colocado e mal-intencionado, teria se tornado icônico? Ou o 10 que se mostrou inexperiente, irresponsável e no jogo seguinte, pouco interessado?
Sou contra a ideia de que o Corinthians vendeu mal o jogador. Apesar de concordar que Pedrinho é, sim, diferenciado, não consigo ver qualquer outro cenário de um valor maior oferecido.
Completa 22 anos em abril, nunca foi sequer cotado para Seleção principal e não conseguia completar um jogo em campo até o início de 2019. Tem defeitos menores do que as qualidades, nada mais justo do que R$100 milhões em Pedrinho.
Enfim, será difícil mensurar o tamanho de Pedrinho no Corinthians. É questão de qual parâmetro usar. O jovem fez mais do que Willian, Éverton Ribeiro ou Malcom, ganhou mais antes de sair. Agora, é difícil imaginar que ele seja um dia melhor que os três.
Entenda o mecanismo da venda
Para entender a venda de Pedrinho ao Benfica, o melhor é avaliar todos fatores que envolvem os dois clubes nesta última janela.
Mesmo que não tenha sido pedido de Tiago Nunes, Yony Gonzalez veio para preencher a lacuna do ponta que o professor sofria no elenco. Pagou-se R$14 milhões no jogador que tinha acabado de vir de graça do Fluminense, após ótimo 2019.
Em Pedrinho, o Benfica pagou R$102 milhões dos quais 70% vão para o clube. Ou seja, R$74,2 milhões. Se subtraído o dinheiro gasto em Yony, R$ 60 milhões para os cofres do clube.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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