Meu Timão

Essa frase foi dita por Paulinho no primeiro vídeo de despedida do volante, postado pelo perfil oficial do Corinthians no Instagram. Se pararmos para refletir, essa é a nossa essência, ou deveria ser. Na verdade, por muito tempo foi...

Jogadores subestimados, desvalorizados e até ridicularizados pela mídia chegavam costumeiramente ao Parque São Jorge e, ao entenderem o tamanho da instituição que representavam, rapidamente caíam nas graças da Fiel Torcida. A torcida os empurrava e, por vezes, os fazia jogar um futebol e conquistar objetivos que nem mesmo em seus melhores sonhos vislumbravam.

Buscando casos recentes, temos: Ralf, vindo do Barueri em meados de 2010; Jorge Henrique, chegando junto de Ronaldo em 2009; Danilo, que chegou no mesmo ano ao deixar o Kashima Antlers; e, enfim, Paulinho, do Bragantino.

No Corinthians, você não precisa ser um gênio absoluto da bola, tampouco quebrar recordes de gols feitos. A raça, a vontade, honrar a camisa que está vestindo, não aceitar derrotas e, acima de tudo, não desistir é o que diferencia quem 'dá certo' ou não no Corinthians.

A frase: 'O Corinthians me transformou em um jogador de seleção brasileira', diz muito mais sobre Paulinho do que sobre o Corinthians. Volante consistente, com boa presença no ataque, ofensivo na bola aérea e surpreendente nos tiros de média distância, Paulinho entendeu o que é o Corinthians.

Hoje, começamos a nos despedir do último integrante da geração que talvez melhor simbolize a essência do Corinthians. Jogadores que para muitos seriam normais, mas os normais não jogam no Corinthians, muito menos entram para a história.

Prêmios individuais, convocações, grandes contratos são detalhes quando comparados ao poder de se identificar com um clube e uma torcida da dimensão do Corinthians. O exemplo para os jogadores que ficam e para os que chegarão está na ponta da língua. Ou melhor, está no terceiro andar testando firme para entrar para a história.

PQP, Paulinho. Obrigado!