André Campos
O que mais sinto falta do Corinthians nos últimos dois anos é a identidade que fez esse clube ganhar tudo o que deveria nos últimos anos.
O que me lembro, desde que comecei a torcer futebol, em 1990, quando tinha 7 anos, é que: independente da qualidade do elenco do Corinthians, não faltava raça, entrega e muita dedicação.
Vi todos os tipos de times: do pior ao pior. Sofri em 2007, como todos os corintianos sofreram. Mas o que me lembro, era que aquela identidade, aquilo que nos movia, estava lá em campo.
Neste dois últimos anos, principalmente quando a pandemia começou e afastou a massa dos estádios, a magia acabou.
Talvez a falta de torcedores ajudou a fazer com que essa magia findasse.
Essa identidade é definida, muitas vezes, pela personalidade de um grupo em campo: que pode render vitórias e, claro, títulos.
O Corinthians do Mano e do Tite, do Carille também, teve muito disso através destes últimos anos.
Agora, o momento é de reconstrução: vocês podem me negativar, me xingar. Mas vi um fio de esperança nos dois últimos jogos com o Sylvinho (Santos e Ceará) dessa identidade: um time organizado, pragmático e que pode ter uma inspiração extra com Giuliano e RA8.
Agora: é preciso paciência. Porque essa identidade não é construída da noite para o dia. Virão oscilações, é preciso que o time em campo tenha uma força mental e concentração maior do que tem demonstrado para conseguir se consolidar até o final do ano.
Com a volta do público à Arena, isso pode ajudar - e muito.
Mas com trocas de técnicos, isso é impossível acontecer.