António Oliveira explica saída de Wesley e decisão de deixar Coronado no banco de reservas em Dérbi
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Por Pedro Mairton, Rodrigo Vessoni e Vitor Chicarolli
A decisão de António Oliveira de tirar Wesley no segundo tempo do Dérbi foi contestada pela Fiel
Danilo Fernandes / Meu Timão
António Oliveira explicou a decisão de tirar Wesley no segundo tempo do Dérbi, que terminou com derrota corinthiana por 2 a 0 fora de casa nesta segunda-feira, pela 13ª rodada do Brasileirão. Segundo o treinador, o atacante pediu para deixar o campo por desgaste físico.
"Em relação ao Wesley, eu dei 15 minutos a mais porque era um jogador que estava em sofrimento. Ele fez um bom jogo, mas repara que teve de ficar ligado no segundo gol. ‘Epa, o treinador é maluco, tirou o Wesley’; mas o Wesley não é um super homem e pediu para sair, da mesma forma do Raniele. Aqui não há super homens, há seres humanos que dão tudo pela instituição. Foram trocados porque estavam fisicamente fragilizados", justificou o treinador em entrevista coletiva após o jogo.
Wesley era o jogador mais perigoso do Corinthians no clássico. As melhores chances da equipe saíram nos pés dele, que quase chegou a balançar as redes no primeiro tempo em finalização defendida por Weverton, além de ter servido Hugo para chutar para fora mesmo de frente para o goleiro pouco antes do segundo gol do Palmeiras. Após a expulsão de Raphael Veiga, o jovem foi substituído por Pedro Raul.
A decisão de António Oliveira foi contestada pela torcida, assim como a opção por começar com Igor Coronado no banco de reservas. O comandante explicou a decisão de sacar o meia do time titular para promover a entrada de Gustavo Mosquito por cautela, já que o elenco sofre com lesões.
“Quanto a Garro e Coronado, são jogadores que tiveram problemas físicos. Não têm regularmente treinado de uma forma efetiva e poupei os jogadores porque sabemos que o campeonato não acaba aqui, e dentro das dificuldades com o elenco mais curto em opções não podemos perder mais jogadores”, disse o técnico português, que também explicou as entradas dos laterais Matheuzinho e Matheus Bidu na etapa final.
“(A entrada de) Matheuzinho é claro. Temos de perceber o jogo de futebol. Hugo e Léo (Mana) estavam desgastados e tentei projetar um pouco mais com Bidu, colocar Coronado mais por dentro depois da saída por Wesley, e Pedro Henrique com Bidu deram largura ao time, colocamos Coronado e Garro e gente que pudesse finalizar”, completou.
Análise do jogo
O Corinthians conseguiu segurar a pressão do Palmeiras no início do primeiro tempo e até chegou com perigo algumas vezes ao ataque, mas viu o rival abrir o placar no começo da etapa final e ampliar pouco depois em duas jogadas de bola parada, momento do jogo que definiu o resultado do clássico na visão de António Oliveira.
“Bola parada. Foi ela que determinou o jogo. Foi uma falta em que o adversário chutou no meio do gol e a bola bateu no jogador que baixou a cabeça. Um lance fortuito. E um lance de cobrança de escanteio que o adversário atacou a bola na primeira trave, onde faltou ataque a bola e (Vitor Reis) praticamente nem saltou. De resto, a estratégia foi seguida e vocês viram o primeiro tempo”, analisou o técnico.
Mesmo com um a mais por mais da metade do segundo tempo devido à expulsão de Raphael Veiga por agredir Rodrigo Garro em confusão com Estêvão por fintas na bandeirinha de escanteio, o Corinthians não conseguiu criar volume de jogo para buscar o empate. Para António Oliveira, o clube alvinegro teve chances desperdiçadas após ser vazado e experimentou “de todas as formas” buscar espaços na defesa adversária.
“[...] Yuri (Alberto) teve a chance, Hugo também depois do 1 a 0, Pedro Raul… No futebol, quem não mata, morre. Cometemos duas falhas em situações de bola parada, nada que o adversário tenha criado, apesar de ser um adversário valioso. Mais uma vez digo: o resultado não reflete o desempenho das duas equipes”, iniciou.
"Quando teve um jogador a mais, experimentamos de todas as formas. Colocamos Breno como cinco (volante), com Garro e Coronado por dentro, tendo largura com Bidu e Pedro Henrique, e Pedro (Raul) e Yuri à frente. Tivemos nossas ocasiões, não concretizamos. Depois da expulsão é um novo jogo”, complementou.
A cera do adversário após a expulsão de Veiga foi destacada por António Oliveira, que alfinetou a arbitragem de Anderson Daronco no clássico e também cobrou o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, outros árbitros para apitar os jogos do Corinthians.
“É uma equipe experiente (o Palmeiras), faz a sua cera, temos nosso amigo (Anderson) Daronco, quer sempre que o jogo esteja parado. Jogamos aquilo que tivemos que jogar. Por acaso, não quero justificar o resultado com a atuação do senhor Daronco, mas vou me dar o trabalho de ver o tempo de jogo a partir da expulsão. E aí o senhor (Wilson) Seneme devia ter um cuidado principalmente porque são sempre os mesmos a apitar o Corinthians", alfinetou.
A derrota no clássico manteve o clube do Parque São Jorge na 19ª colocação do Brasileirão, com nove pontos, dois a menos que o Vasco, primeiro time fora da zona de rebaixamento. Os comandados de António Oliveira agora enfrentam o Vitória na quinta-feira, na Neo Química Arena, pela próxima rodada do campeonato.