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Ex-goleiro do Corinthians crava Cássio como maior da história e relembra altos e baixos no clube

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Por Meu Timão

Julio Cesar perdeu a posição para Cássio, a quem considera o principal jogador da história do Corinthians, em 2012

Julio Cesar perdeu a posição para Cássio, a quem considera o principal jogador da história do Corinthians, em 2012

Reprodução/Instagram

Multicampeão pelo Corinthians, Julio Cesar conhece como poucos a vivência no clube do Parque São Jorge. O ex-goleiro relembrou os altos e baixos na sua trajetória e o dia a dia com Cássio, além do futuro fora das quatro linhas.

Em entrevista ao ge.globo, Julio Cesar, revelado nas categorias de base do Corinthians, rasgou elogios ao atual arqueiro corinthiano, com quem brigou por posição entre 2012 e 2014. O ex-goleiro não titubeou e coloca o camisa 12, dono da segunda maior marca em jogos pelo clube, como principal atleta da história alvinegra.

"É difícil prever, porque o que o Cássio fez é gigantesco. Nos treinamentos, você via a qualidade e o quanto ele poderia representar. O Cássio, para mim, é o maior ídolo e maior atleta da história do Corinthians. Fico feliz demais. Se colocar o maior jogador do Corinthians e for ele, está muito bem representado. Fora que é um cara sensacional, ainda tenho muito contato, considero um amigo, mesmo a gente não se vendo tanto. É um cara em quem posso confiar", disse.

Aos 39 anos, três a mais que Cássio, Julio Cesar identifica a liderança como um dos principais pontos positivos ao goleiro, enxergando até um caminho para além dos gramados pós-aposentadoria. Porém, Julio não acredita que as luvas do ex-companheiro serão guardadas em breve, com mais alguns anos antes do fim da carreira.

"Cássio está indo para 37 anos, mas vejo um perfil, sim. É um cara de liderança, que 'briga' muito e é capitão há muito tempo. Ele carrega esse perfil de liderança e de gestão, então pode ser um baita gestor pela frente. Mas no futebol, a gente passa dos 30 e já vão nos aposentando (risos). Perto dos 40, então, só o Fábio (goleiro do Fluminense) mesmo. Pelo nível que está jogando, o Cássio tem pelo menos mais uns três anos de alto rendimento", complementou.

Promovido ao elenco profissional em 2005, Julio Cesar ganhou a primeira sequência como titular apenas em 2010. No entanto, os altos e baixos marcaram sua passagem pelo Corinthians, chegando a perder posição no ano seguinte para Renan, que não agradou e deu a chance para o ex-goleiro recuperar o espaço.

Em um hipotético livro construído pelo ex-atleta, o título Brasileiro, em 2011, é o que guarda com mais carinho pela quantidade de jogos disputados (33), apesar do sonho realizado ao se sagrar campeão da Libertadores, em 2012. O torneio continental, inclusive, marcou a passagem de bastão para Cássio, que ocupou a vaga de Julio Cesar após o ex-goleiro falhar nas quartas de final do Paulista, contra a Ponte Preta, no Pacaembu. Um aprendizado que levou para a vida toda.

"Vou citar o Brasileirão de 2011 como o mais bonito de todos. O título que mais curti foi a Libertadores de 2012, um título que cresci querendo ser. Mas no Brasileirão joguei muitos jogos e ficou marcado. O momento mais triste foi a minha saída do time titular, com a entrada do Cássio depois do erro nas quartas de final do Paulista contra a Ponte Preta. Ali, passei dias muito difíceis, dentro de casa, sem ligar a televisão. Só treinava e ia para casa. Foi muito difícil", falou.

"Corinthians foi o grande aprendizado da minha vida. Minha passagem pelo Corinthians daria um livro, e não estou brincando. Vivi coisas boas e ruins, e coisas muito boas e muito ruins. O Corinthians não me preparou só para o futebol, mas me preparou para a vida. Uma das lições que aprendi é que tudo é possível. Fui um goleiro de 1,85m, sempre contestado pela minha altura, mas cheio de sonhos. Acreditavam que não daria certo, mas consegui. É difícil hoje uma pessoa dizer que eu não vou conseguir. Eu não estudei enquanto atleta, mas agora estou recuperando o tempo perdido, estudando línguas, cursos para me capacitar. Tem que lutar atrás da sua meta", comentou Julio.

Saída e novos caminhos

Após nove títulos conquistados, Julio Cesar começava a perder espaço no clube. Com a competição de Walter e Danilo Fernandes, o ex-goleiro foi emprestado ao Náutico, em 2014, assinando em definitivo com o clube pernambucano no ano seguinte após término do vínculo com o Timão. Ele trata o encerramento do ciclo como uma situação normal, sem qualquer mágoa.

"Tive diretores que me trataram como um ser humano antes de me tratar como um jogador. Eu conversei na época com o Duilio Monteiro Alves e o Roberto de Andrade. Eles falavam: “Aqui é sua casa, pode ficar até o fim do seu contrato, você é profissional”. Mas você vê que seu espaço está passando. Era segundo goleiro, aí começa a ser terceiro; tinha o Walter, o Danilo e o Cássio. Você acaba indo para um jogo a cada quatro jogos e vê que realmente o ciclo acabou. Foi tudo tranquilo", lembrou.

Aposentado desde o fim de 2022, Julio Cesar seguiu no Red Bull Bragantino, último clube da sua carreira, agora como assistente de gestão. Para a função, o ex-goleiro fez cursos de gestão da Conmebol, CBF e FGV, além de conversas com Alessandro Nunes, ex-gerente de futebol do Corinthians. Ele pretende deixar sua marca no clube de Bragança Paulista, assim como fez durante o período no Parque São Jorge.

"Procurei alguns ex-atletas quando estava para parar. Alguns que não trabalhei, mas que é conhecido de alguém com quem joguei, por exemplo. Sou sempre aberto, é no escuro, você não sabe qual é a função. Você sabe jogar bola, fora não sabe nada. Estou sempre à disposição para falar com qualquer um, temos que nos ajudar. Futebol é feito para quem trabalhou, cabe todo mundo, o ex-atleta ainda não sabe como quer, funções diferentes", disse.

"O Alessandro (Nunes, ex-Corinthians) foi um com quem conversei bastante. Ele contava sobre o dia a dia, um cara que sempre tive boa relação e foi muito boa. Victor (ex-goleiro do Atlético-MG) foi outro também. Sempre tive uma coisa que gostei da gestão foi acreditar. No Náutico e no Santa Cruz, tendo todas as experiências, acredito que o campo se faz primeiro fora para depois ser construído o resultado dentro. Sempre acreditei que precisa ter um clube organizado, atletas motivados, concentrados no que deve ser feito. Me faz acreditar que a gestão pode fazer a diferença, por isso escolhi essa área", finalizou.

Veja mais em: Cássio e Ex-jogadores do Corinthians.

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