Corinthians precisa fazer esse ajuste tático para a sequência da temporada
Análise de Victor Godoy
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Desde que António Oliveira assumiu o Corinthians e implementou o 3-2-5, uma função no meio-campo tem me incomodado: o segundo volante.
No modelo atual, principalmente após a lesão de Maycon, o esquema tem virado mais um 3-1-6. Entre as duas últimas linhas seria possível incluir um zero, já que é bastante nítida a falta de jogadores fazendo a intermediação entre o meio-campo e o ataque.
A base da equipe nos momentos ofensivos tem sido: o lateral-esquerdo compondo um trio ao lado da dupla de zagueiros; o primeiro volante (normalmente Raniele, mas, contra o Racing, Fausto Vera chegou a fazer essa função); o ponta esquerda bastante aberto, o segundo volante próximo à área, o centroavante, o meia um pouco ao lado, e na direita o ponta e o lateral revezando entre quem fica mais aberto. Na hora de defender varia entre 5-4-1 e 5-3-2.
Com isso, o Corinthians acaba ficando refém de eventuais lançamentos diretos ao setor ofensivo ou de Rodrigo Garro, o meia, baixar para fazer essa construção. Isso tem sobrecarregado o argentino nos momentos ofensivos e Raniele durante a organização defensiva. Em alguns momentos, Wesley e Fagner têm auxiliado nessa primeira fase das construções das jogadas, mas o meio ainda fica esvaziado.
Para isso, é preciso exigir desse segundo volante que se aproxime do volante. Até pelos nomes disponíveis esse é o melhor caminho, já que Breno Bidon e Fausto Vera nunca se destacaram por isso. Pelo contrário, foram bem justamente fazendo a função de articulador. O único que se encaixa nesse perfil de infiltrador é o recém recuperado Paulinho, além de Maycon. A dúvida fica por parte de Coronado, que ainda é incógnita.
Nada contra António Oliveira ou o esquema em si - antes que aleguem o contrário. O trabalho do português até o momento é composto principalmente de acertos, a única avaliação negativa fica pelo jogo contra os uruguaios. Me preocupa esse ponto das sobrecargas dentro de campo. Contra o Racing, foi bastante notório o caso de Garro, assim como foi com Raniele nos momentos defensivos durante o Dérbi.
Ainda assim, é um começo de trabalho, há muita coisa para evoluir. E com certeza o Corinthians vai evoluir! Acho que é muito cedo para ficar com o sentimento de terra arrasada por um empate - ainda que tenha acabado com gosto de derrota.
Enfim, fica a minha contribuição aqui do porque acho que a alteração no posicionamento do segundo volante pode ser uma mudança chave para a equipe alvinegra.
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