Chefe do DM do Corinthians esmiuça chegada de Palacios, explica intercorrências e fala do retorno
30 mil visualizações 264 comentários Reportar erro
Por Rodrigo Vessoni
Ana Carolina Ramos e Côrte, assumiu a chefia do departamento médico do futebol masculino do Corinthians neste ano
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Da esperança de um novo titular da lateral esquerda ao temor de uma passagem precoce do jogador pelo clube após um único jogo. Essa foi a sensação do torcedor do Corinthians em relação a Diego Palacios entre janeiro e junho.
O equatoriano torceu o joelho esquerdo logo em sua estreia, no dia 27 de janeiro, contra o São Bernardo, pelo Paulistão. O diagnóstico: lesão meniscal aguda isolada e necessidade de uma artroscopia para corrigir o problema. O lateral, de 24 anos, que teve ótima frequência em campo na temporada passada pelo Los Angeles FC, dos Estados Unidos, desde então não conseguiu mais jogar pelo Corinthians - foi relacionado uma única vez, mas não entrou em campo.
Mas o que aconteceu com o joelho após a cirurgia? Por que o problema crônico na cartilagem não foi detectado na chegada? Qual é o prazo para um retorno aos gramados? Esse problema pode encerrar a carreira precocemente? Com objetivo de responder a essas perguntas, o portal Meu Timão conversou com Ana Carolina Ramos e Côrte, atual chefe do departamento médico do futebol masculino do Corinthians.
"Quando falamos lesão crônica estamos falando do tempo de recuperação, não da gravidade. Uma lesão aguda é aquela sofrida no momento da torção de um joelho ou tornozelo, a crônica é algo mais antigo", explicou Dra. Ana, que completou:
"Existem lesões crônicas que não são graves, muitos jogadores têm lesão de cartilagem pelo processo natural de envelhecimento e desgaste, que jogam normalmente. Ele tinha e tem, mas foi corrigido agora (com a nova cirurgia). Quando se retira o menisco expõe mais o local (procedimento da primeira cirurgia), aí um problema que era crônico mas tranquilo, fica arrastado, joelho incha, entre outras intercorrências", lembrou.
Palacios foi substituído aos 15 minutos do primeiro tempo no jogo contra o São Bernardo, ainda pelo Paulista
Danilo Fernandes / Meu Timão
Deveria ter feito uma ressonância ao ser contratado?
O problema de cartilagem de Palacios, segundo Dra. Ana, poderia ter sido detectado por uma ressonância magnética mas o protocolo médico utilizado pelo chefe do departamento na época, Dr. Fábio Novi, não previa esse tipo de exame.
"Na época, o chefe do DM do clube utilizava o protocolo da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, que não prevê esse tipo de exame por uma exposição à radiação, sendo necessário apenas se tiver histórico ou se apresentar alguma alteração nos testes físicos", explicou Dra Ana., que completou:
"Porém, pelo protocolo Fifa, além dos tradicionais testes físicos e exames cardiológicos e de sangue, é necessário ressonância magnética em pés, tornozelos, joelhos e quadril. Utilizávamos esse protocolo até o fim de 2023 e voltamos a utilizar quando eu assumi a chefia do DM", afirmou Dra. Ana que, em janeiro, como integrante do DM, acompanhou os exames de Palacios no hospital Sírio Libanês.
A reportagem do Meu Timão tentou falar com Dr. Fábio Novi, mas o mesmo não atendeu as chamadas telefônicas. O espaço segue aberto ao médico.
Fábio Novi, à esquerda, foi contratado quando Augusto Melo foi eleito presidente do Corinthians, mas pediu demissão com apenas três meses
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Em uma de suas lives no canal do Youtube, o apresentador Benjamin Back informou que Palacios foi colocado para fazer esteira apenas oito dias após a primeira cirurgia, procedimento incomum em pós-operatórios desse tipo. Dra. Ana, apesar de integrante do DM na época, afirmou à reportagem do portal Meu Timão que não participou nos primeiros dias de protocolo de retorno de Palacios. "Eu fui proibida de participar naquele momento e não posso comentar sobre esse tema", garantiu.
E quando será possível o retorno do lateral-esquerdo? "Eu tinha dito de quatro a cinco meses, e é isso mesmo. Teremos uma ideia melhor após esse primeiro mês pós-cirurgia, quando faremos uma nova ressonância. Pode ser pouco mais ou menos, mas de quatro a cinco meses. A tendência (de retorno) é início de 2025 mesmo", finalizou Ana Carolina Ramos e Côrte, atual chefe do departamento médico do futebol masculino do Corinthians.
Na lateral esquerda, neste momento, o Corinthians tem Hugo e Matheus Bidu no elenco profissional. Na base, Denner é o titular do Sub-20, enquanto os recém-contratados Caio Garcez e João Tabone revezam a reserva.
