Corinthians considera dívida de R$ 239 milhões 'pagável' em 12 meses; entenda
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Por Andrew Sousa, Rodrigo Vessoni, Lucas Faraldo e Marco Bello
O balanço financeiro de 2019 do Corinthians, obtido pelo Meu Timão antes da divulgação oficial, trouxe uma série de pontos preocupantes para a Fiel. O principal deles é o déficit de R$ 177 milhões, maior da história do clube. Há, no entanto, outro fator que merece destaque: as obrigações financeira a curto prazo.
Em um trecho da nota oficial divulgada posteriormente ao vazamento do balanço, o clube dividiu a dívida total de R$ 668,6 milhões levando os prazos em consideração. Nesse cenário, restam R$ 239 milhões que "podem ser consideradas de 'curto prazo' com horizonte de 12 meses".
Apesar da alta quantia e do pouco tempo para pagamento, o presidente Andrés Sanchez disse que a situação é contornável.
"É pagável, até porque você pode renegociar. O Corinthians tem R$ 450 milhões de receita. É não contratar jogador, segurar um pouco e paga. Peguei o clube com R$ 19 milhões de folha, hoje está em R$ 12 milhões. Era para estar em R$ 8 milhões? Era, mas estou apanhando que nem louco porque deixei de contratar jogadores. Sou cobrado por isso", pontuou, durante live do Meu Timão.
"Não contratar mais jogador (pode diminuir a divida). O Corinthians aguenta, mas é por isso que estou apanhando", completou.
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O discurso do mandatário vai de encontro com uma nota divulgada pelo próprio clube, que esclarece pontos importantes do balanço e também cita o faturamento do clube para tratar a dívida de curto prazo com naturalidade - a venda de Pedrinho ganha destaque no documento.
"Considerando-se a geração de receita anual em torno de R$ 440 milhões (média do quadriênio 2016/2019) é um passivo que necessita de gerenciamento em relação às obrigações, mas perfeitamente administrável ao longo do tempo. Como exemplo, podemos citar a venda do atleta Pedrinho em 2020, que representa uma geração de receita de cerca de R$ 120 milhões, ou 50% do passivo de curto prazo", diz.
De quem é a culpa?
Questionado sobre sua parcela de culpa no aumento da dívida total do Corinthians, Andrés Sanchez preferiu dividir com os demais presidentes do Corinthians no período - após 2013 o número começou a crescer com frequência.
"Os últimos dez anos, quem ganhou mais títulos? Eu e os outros presidentes temos mérito nisso. A dívida também. É minha e dos outros desde 2013. Se ano que vem o novo presidente não contratar, ele paga tudo. A grande dificuldade é essa pressão para contratar jogadores de alto nível, pagar salário mais caro. A cada título, tudo tem aumento, todos ficam mais caros. Isso dificulta", concluiu.