Análise: Corinthians vence na força em Chapecó, mais uma vez
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians foi a Chapecó, não mostrou um grande futebol e conseguiu a vitória sobre a Chapecoense em jogo de baixa qualidade técnica. Essa poderia ser a descrição de (quase) todas as vitórias do Timão na Arena Condá, mas ganha contornos um pouco mais duros quando se avalia o momento da equipe de Fábio Carille e do próprio rival da noite.
Diferentemente dos anos recentes na elite, a equipe catarinense agora é a lanterna do Campeonato Brasileiro e, na avaliação de quem escreve, pratica realmente o pior futebol do Brasileiro. Ou seja, não era necessário que o triunfo fosse sofrido como os 1 a 0 de 2014, 2017 e 2018 (Copa do Brasil), ou o 2 a 0 de 2016, conquistado apenas nos acréscimos.
Salvo o excelente time campeão de 2015, que talvez tenha encarado a melhor versão do rival e vencido com clara superioridade por 3 a 1, o clube do Parque São Jorge se impõe mais na força do que na técnica na casa do adversário alviverde. Talvez isso explique as escolhas de Fábio Carille no duelo.
A opção no primeiro tempo foi por promover a volta de Júnior Urso, mais forte e mais alto do que Ramiro, prevendo um jogo de maior embate físico. Mateus Vital, um meia que carrega a bola, teria a missão de puxar contra-ataques e construir jogo com Clayson e Pedrinho. A ideia até rendeu frutos na marcação adiantada, mas a falta de calma para trabalhar a bola impediu que chances claras aparecessem para o time.
Mais difícil de ser corrigida durante o jogo, a falta de calma promoveu a primeira alteração de Carille no intervalo: Sornoza na vaga de Urso, com mais qualidade nas bolas paradas e um atleta que trabalha mais a bola do que o camisa 11. O equatoriano entrou bem, deu ritmo aos companheiros e quase abriu o placar em chute de fora da área.
A chuva caiu cada vez mais forte em Chapecó e Carille não titubeou ao escolher Gustavo na vaga de Pedrinho, apostando em "lotar" a área rival para chegar ao gol pelo alto. Em poucos minutos deu resultado, ainda que sem os atores escolhidos: Clayson bateu escanteio e Danilo Avelar desviou sem chances para Tiepo.
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Melhor tecnicamente e na frente do placar, o Timão tinha tudo para controlar o jogo e achar espaços em um rival que daria ainda mais espaços. Aí que entra a crítica mais severa: nos minutos finais, o time abdicou da posse de bola, se defendeu e abriu a possibilidade de, em um lance fortuito, o rival empatar, cenário semelhante a outros duelos da temporada.
Porém, sustentando-se em um Cássio inspirado e na clara falta de capacidade criativa dos anfitriões, o Timão chegou a mais três pontos na base do chutão e da disputa. Triunfo importante, pontuação boa para o momento do torneio, mas um futebol que precisa evoluir para que o discurso de briga pelo título seja comprado pela torcida.