Foram apenas oito dias de trabalho. Tempo suficiente (segundo eles) para começarem a se familiarizar com o ambiente de uma diretoria de um clube de futebol. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva concedida no CT Joaquim Grava, Emerson Sheik e Vilson Menezes foram oficialmente apresentados como novos coordenador técnico e gerente de futebol do Timão, respectivamente.

Atletas aposentados desde o fim do último Brasileirão, eles assumem as tarefas antes incumbidas a Alessandro Nunes, desligado do clube na última semana. Costumeiramente sorridente, Sheik celebrou o fato de voltar ao Timão, agora como cartola, e afirmou que já se sente útil no dia a dia no CT Joaquim Grava.

“Mais velho. Cartola... Diferente, né? Desafiador! Primeiro lugar, feliz por mais uma vez estar de alguma forma representando esta instituição pela qual já demonstrei muito respeito, amor e carinho. Muito bom estar de volta. Vamos fazer o que o Alessandro fazia, vamos dividir essa função, também sendo um elo entre diretoria, comissão técnica e jogadores. Também não esquecendo da base, ficando mais próximo da base, das nossas joias”, declarou o ex-atacante.

Um dos principais trechos do bate-papo de Sheik e Vilson com a imprensa ocorreu quando o ex-camisa 11 foi questionado sobre os não raros atrasos dos tempos de jogador. Emerson, bastante consciente, levou a pergunta na esportiva e adiantou que saberá orientar os jogadores mais jovens que cometerem erros semelhantes no futuro:

“Eu já imaginava que essa pergunta viria (risos). Sempre admirei as pessoas que reconhecem seus erros e têm a grandeza de pedir desculpas em alguns momentos, ou não também. Em toda a minha história como atleta, principalmente esses erros, tudo isso serve agora. Eu vou chegar no atleta quando eu achar que ele está cometendo um erro e falar com propriedade: ‘Não é um bom caminho’”, enfatizou.

“(Problemas extracampo) Ficaram no passado, hoje minha posição é diferente e vou usar tudo isso a favor, mostrar para o atleta que mesmo o Sheik tendo vencido títulos, tendo jogado em grandes clubes, ele também cometeu alguns erros. Fui um cara muito privilegiado, mas no futebol de hoje aqueles erros não se aplicam. A ideia é corrigir meus próprios erros, tenho propriedade para falar dos meus erros”.

Sheik lembrou, também, que o convite para trabalhar no Corinthians como dirigente o faz participar diretamente de negociações por reforços. Ainda que a dupla esteja na direção há menos de dez dias...

“A decisão é toda do presidente, do Duílio, do (Jorge) Kalil. Mas participamos de absolutamente tudo, nossa função exige isso. Opinamos, sim. Quando concordei com o convite, a ideia era me sentir útil, não vim para passear. Opino, Vilson opina, a decisão final é do presidente, do Duílio, assim como a opinião do treinador é importante também. A gente se faz muito presente em todas as conversas. Sobre negociação, essa parte está com o Duílio, a experiência está aqui, mas vamos alcançá-lo em breve (risos). Participamos diretamente em conversas ligadas a contratações de jogadores, tudo”.

“É a nossa praia”

Vinicius Souza/Meu Timão

A coletiva contou com as presenças do diretor de futebol Duílio Monteiro Alves e do diretor adjunto Jorge Kalil, além de Sheik e Vilson. Este último, alvo de críticas de parte da torcida pela falta de identificação, exaltou o relacionamento que possui com a alta cúpula do clube, da qual, agora, faz parte.

“Temos uma relação muito boa, Emerson é um cara incrível, temos um ótimo relacionamento. A gente está se ajudando muito, temos um apoio muito grande de todos, do Duílio, do doutor Kalil. A gente vem trabalhando, um perguntando para o outro, se ajudando”, disse Vilson Menezes.

O ex-zagueiro contou que tentou, em vão, seguir jogando, mas uma grave lesão no joelho esquerdo abreviou sua carreira. Ele já vinha se preparando para seguir no futebol ao pendurar as chuteiras:

“(...) Participei de algumas palestras ano passado sobre transição de carreira, gestão. Hoje a internet ajuda muito, sempre fui um cara que procurei ler, entender, já me preparando para quando parar. Claro, a gente recebe o convite e fica surpreso, mas já estava me preparando”, acrescentou o gerente de futebol.

“Sempre assisti aos jogos, sempre acompanhei, estou antenado. É nossa área, nossa praia. Como o Sheik falou, tivemos reuniões, algumas coisas, sempre participando, dando nosso feedback. Eles sempre perguntam nossa opinião”, finalizou.

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