Pedrinho tem mesmo que jogar pelo meio?
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Opinião de Andrew Sousa
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Pedrinho gera muito discussão sobre seu posicionamento ideal no Corinthians
Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
A temporada vai chegando ao fim e, em meio às inúmeras turbulências vividas, o Corinthians conseguiu se classificar para a Libertadores. Mais do que isso: termina o ano em alta com a torcida, mostrando futebol mais ofensivo com Dyego Coelho.
Dentro do time do ex-lateral, inclusive, uma mudança chamou muita atenção da Fiel: Pedrinho deixou de atuar pelo campo e passou a ser uma espécie de camisa 10 mais centralizado. Apesar de alguns bons momentos, porém, o meia ainda não encantou na nova função.
Diante disso, é válido questionar se insistir nele por ali é o melhor caminho para Tiago Nunes em 2020. Pelo mercado de transferências, com Luan na mira, parece que o novo treinador tem outra ideia para o jovem jogador.
Com o multicampeão pelo Grêmio chegando, a tendência é que ele atue atrás do centroavante, como fez em todas as conquistas pelo time gaúcho. Nesse cenário, Pedrinho vai para o banco ou para o lado direito. E por mais que a Fiel discorde, eu torço muito para isso.
Por que a torcida - e o próprio jogador - pedem tanto que ele atue pelo meio? Qual qualidade do atleta é potencializada por ali?
- Pedrinho tem o drible como um de seus principais atributos. Pelo meio, costuma receber muitas bolas de costas e marcado por mais de um defensor. Como usar desse talento?
- Sem força física para combates com zagueiros e volantes, o garoto tem sido facilmente batido nos confrontos pessoais contra seus marcadores;
- Canhoto, Pedrinho também chama atenção por seus chutes. No lado direito, ele domina de frente, consegue driblar para dentro e bater forte. Pelo meio os espaços são menores e os chutes costumam sair pressionados ou sem a melhor posição corporal.
Além do que já foi citado, chego ao meu principal ponto: Pedrinho não tem grande visão de jogo para ser camisa 10. Como de costume, espera-se do jogador centralizado a enfiada que desmonta marcações, mas o garoto pouco faz isso.
Fazendo um exercício rápido, peço que cite três assistências de Pedrinho com a bola no chão, de frente para o gol. São raras - ou talvez nenhuma. Seu forte, desde sempre, são os cruzamentos no costado da zaga. Ele cansa de fazer isso quando atua pela direita e corta para o meio.
Ao contrário do que o empresário, o jogador e a torcida passaram a repetir de forma sintomática, a joia do Parque São Jorge se destacou na base atuando pelo lado. No Sub-20, quando carimbou a promoção ao profissional, tinha Fabrício Oya como meia cerebral.
O problema não é a posição e sim as funções que cobram dele em campo. Pedrinho é mesmo um meia direita, mas não desses voluntariosos que acompanham lateral. É pra ter espaço, puxar contra-ataques e receber mano a mano com os defensores.
Espero que Tiago Nunes consiga tirar o melhor dele por ali - nessa temporada, o próprio Carille conseguiu bons momentos de Pedrinho nessa posição. Pelo meio, perdemos boa parte das qualidades da promessa. Fica só o sonho de que, em algum momento, ele acerte aquela assistência que ninguém lembra dele ter dado.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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