Análise: Corinthians não soube aproveitar vantagem, levou virada em Minas e podia ter sido goleado
9.0 mil visualizações 126 comentários Reportar erro
Por Tomás Rosolino
O Corinthians fez um jogo de igual para igual por 30 minutos no Mineirão, saiu na frente e construiu um 2 a 0 ilusório. Prato cheio para a equipe ou ajustar a defesa ou aproveitar os contra-ataques. Nada disso aconteceu. O massacre do Atlético-MG a partir do segundo tento perdurou por 50 minutos e poderia ter virado até goleada. Em campo, um terrível 3 a 2 para quem vislumbrou um bom início de Brasileiro.
Tiago Nunes proporcionou um ajuste tático específico para o jogo desta quarta: com Sidcley, um lateral mais ofensivo, optou por trocar Ramiro de lado para cobrir as subidas do canhoto. Mateus Vital ficou pela direita, enquanto Araos substituiu Luan na flutuação atrás de Jô, outra vez em jornada inspirada.
Notícias relacionadas
Corinthians sucumbe no segundo tempo e perde de virada para Atlético-MG na estreia do Brasileirão |
Com esse novo posicionamento, o Corinthians passou a pender mais pelo lado esquerdo quando a opção era velocidade e mais pela esquerda quando a ideia era uma construção mais técnica. E foi assim que saíram os dois gols alvinegros.
No primeiro, Sidcley aproveitou uma falha bisonha de Guga e chegou inteiro na bola desviada por Araos. O chileno, participativo, recebeu bem e acabou achando Jô no que, para mim, foi um chute a gol. O centroavante, por sinal, já vinha contribuindo bastante ao segurar os "bicos" da defesa e diminuir a pressão adversária.
O segundo tento foi uma pintura. Mateus Vital foi acionado pela direita, ganhou da marcação e, aproveitando a passagem de Michel pela direita, enxergou o espaço pelo meio. Ao cortar para dentro, achou bom passe para Jô, que devolveu de calcanhar e acabou dando assistência para o primeiro gol de Araos pelo Corinthians.
Em vantagem, o Timão teve pelo menos duas chances claras de contra-ataque ou no mano a mano ou até livre, mas não soube ser preciso no passe. Faltou também um jogador de maior velocidade para criar essa ocasião. Enquanto isso, o Atlético-MG achou muitos espaços na defesa e só não diminuiu por uma combinação entre Cássio e trave.
A partir do 2 a 0, sem sofrer na defesa, o time da casa entrou tranquilamente na área corinthiana e podia ter ido para o intervalo já com o empate. O alerta não surtiu efeito no Corinthians, que voltou igual para a etapa final e, em cerca de 15 minutos, viu o adversário fazer 3 a 2 com muita facilidade.
Hyoran, jogador que a torcida atleticana não gosta e seguidas vezes cedido pelo Palmeiras nos últimos anos, achou muitos espaços na entrada da área e anotou dois gols. Nathan fechou o vira-vira com um chute de fora da área cheio de espaço para pensar - e técnica para acertar o canto de Cássio. Éderson pareceu cansado, Gabriel não conseguiu marcar pelos dois e a linha de defesa não atacou a bola em nenhum lance.
O goleiro, que falhou no primeiro gol, viu da sua meta uma substituição tripla para tentar dar aquilo que a equipe pedia. Passe, com Cantillo, e velocidade, com Janderson. O que mais agradou, porém, foram as participações de Gabriel Pereira e Ruan Oliveira, estreando no profissional.
O primeiro atuou na ponta esquerda, fazendo uma função mais de armação, enquanto o segundo foi o meia colado em Jô, praticamente o segundo atacante. Em lampejos dos dois, o Timão poderia até ter empatado numa sobra de bola com Jô. O resultado, porém, ficou justamente com os donos da casa.