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A minha carreira e a vida de Roni, volante do Corinthians, estarão ligadas para sempre
Rodrigo Vessoni

Formado pela FIAM, trabalhou na Rádio Transamérica e, por 12 anos, no LANCE!. Neste momento, também é repórter da Rádio 9 de Julho, SP (AM 1600). Participa ainda, quando chamado, de programas na TV.

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A minha carreira e a vida de Roni, volante do Corinthians, estarão ligadas para sempre

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A minha carreira e a vida de Roni, volante do Corinthians, estarão ligadas para sempre

Tupã, irmão de Roni, personagem da matéria do jornal LANCE! em meados dos anos 2000

Foto: Reprodução/Jornal

Em meados dos anos 2000 (não me lembro bem o ano exato), ainda no começo da minha trajetória de 13 anos no Diário LANCE!, fui escolhido pela chefia para fazer uma matéria sobre um garoto chamado Tupã, da base do Palmeiras.

Tupã havia sido afastado pelo clube rival corinthiano por um problema cardíaco. Os médicos foram claros com o jovem e sua família: parar de jogar é necessário devido à fragilidade do coração.

E lá fui eu, entrevistar Tupã e sua família, que moravam numa casa bem humilde (não me lembro o bairro em São Paulo).

A foto da matéria teve três personagens na frente de casa: Tupã, o pai e o irmão mais novo.

A história foi contada e o título da matéria ficou: "ESPERANÇA!".

Roni (pequenino), Tupã e o pai em frente à casa da família, em meados dos anos 2000

Roni (pequenino), Tupã e o pai em frente à casa da família, em meados dos anos 2000

Reprodução/Jornal

O título alimentava o sonho de Tupã se tornar jogador profissional, que falou pouco durante a execução da matéria. Ao lado, o pai.

O garotinho? Bem, o garotinho que aparece na foto é... Roni.

Sim, ele mesmo.... o volante que estreou pelo Corinthians na noite desta quarta-feira, diante do Bahia, com direito a um golaço. Tupã e Roni, irmãos de sangue.

O tempo passou e, como previsto, Tupã não conseguiu voltar a jogar de forma profissional. O problema no coração findou qualquer tentativa de seguir carreira.

A paixão pelo futebol, porém, seguiu. O desejo de chutar uma bola se fazia presente no dia a dia do jovem. Tupã, então, resolveu seguir dentro de campo, mas na várzea.

Durante um desses jogos na várzea, o jovem sentiu dores no peito. Como previsto pelos médicos, Tupã teve uma parada cardíaca, foi levado ao hospital e não resistiu.

Roni juntou forças e seguiu sua trajetória no Corinthians, seu lar desde os oito anos.

O volante corinthiano, desde então, leva consigo uma promessa feita ao irmão.

"Vou me tornar jogador profissional e ajudarei a sustentar nossos pais".

Os anos se passaram, o volante passou por cada uma das categorias, estourou a idade na base (Sub-20) e foi atuar na equipe Sub-23.

A chance veio com Tiago Nunes, após a volta do futebol, colocando-o para treinar com os demais jogadores do elenco principal.

Roni estreou e brilhou. No intervalo do jogo, lembrou do irmão e se emocionou.

A promessa de jogar também pelo irmão segue. E a cada publicação nas suas redes sociais, a hashtag #esperança.

Essa hashtag utilizada por Roni, segundo ele mesmo, é inspirada no título daquela minha matéria.

Matéria essa, aliás, que ficou na memória dele e da família. E que o papel do jornal é guardado com muito carinho por eles.

Eu me emocionei na noite desta quarta-feira. De verdade. Quando vi aquela bola no fundo da rede, senti algo inexplicável. Não sei bem como resumir. Parecia alguém da minha família vivendo um momento especial.

Por isso, toda vez que Roni estiver em campo, seja pelo Corinthians ou por qualquer equipe, eu estarei torcendo por ele.

Minha carreira, eternamente, estará ligada à carreira de Roni. Que Deus te abençoe, meu caro. Todo sucesso do mundo pra você!!!

#Esperança

Veja mais em: Roni.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Rodrigo Vessoni

Formado pela FIAM, trabalhou na Rádio Transamérica e, por 12 anos, no LANCE!. Neste momento, também é repórter da Rádio 9 de Julho, SP (AM 1600). Participa ainda, quando chamado, de programas na TV.

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